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AINDA É CEDO – LEGIÃO URBANA ou MARINA LIMA

Atualizado: há 7 dias

Uma música da década de 1980 que se tornou um clássico e é muito lembrada e revisitada por outros artistas, especialmente em shows, tributos e coletâneas de covers.


“Ainda É Cedo” se tornou um clássico na música brasileira não apenas por já ter sido muito tocada ou por ser conhecida, mas também porque reúne elementos históricos, culturais, estéticos e emocionais que a transformaram numa referência ao longo do tempo.


Em 1985, ano em que essa canção foi oficialmente lançada, o país vivia um momento histórico muito marcante, estando em um  processo de redemocratização. Naquele período havia uma juventude urbana com necessidade urgente de expressão emocional e individual, não apenas política. Como consequência, o rock nacional deixava de ser um gênero marginal e passava a ocupar rádios, TVs e grandes palcos.


Essa música reflete um pouco essa profusão de sentimentos, pois descreve um amor vivido com entrega excessiva, em uma relação aparentemente desequilibrada e disfuncional, e a frustração de perceber que o outro não sente o mesmo, expondo vulnerabilidades. O refrão "ainda é cedo, cedo, cedo, cedo, cedo" traz uma ambiguidade interessante: de um lado, sugere esperança de que o tempo possa curar as feridas e permitir uma reconciliação; de outro, revela a dificuldade de assumir responsabilidades e enfrentar o fim de um relacionamento….


A música foi composta por Renato Russo, Dado Villa-Lobos, Marcelo Bonfá e Ico Ouro Preto, da banda Legião Urbana, e incluída (faixa 4) no álbum “Legião Urbana”, lançado em 1985. Foi o primeiro álbum lançado pelo grupo.


Na interpretação da banda, com Renato Russo no vocal, há um tom mais afetivo, quase uma confissão, um desabafo. Ele canta como se estivesse vivendo a situação naquele momento, não recontando algo passado. Os sentimentos dominantes são dor, angústia, misturadas com urgência. Não há distanciamento emocional. O timbre é áspero, nasal, com vocal em alguns momentos até instável e palavras “faladas” por vezes, o que reforça a veracidade emocional e mostra pouca preocupação com a beleza técnica.


Musicalmente, a canção tem estrutura simples, harmonia direta e arranjo enxuto., Traz uma formação clássica de rock, com guitarra com distorção leve, baixo pulsante e bateria seca e direta.. Tudo gira em torno da urgência da letra.


A cantora e compositora Marina Lima, ainda em atividade, vem com uma nova versão dessa música, mais eletrizante, visceral, dançante, que foi incluída como faixa 2 do álbum “Marina Todas – Ao Vivo”, lançado em 1986.


Na interpretação dela, há um distanciamento artístico. Ela canta a dor da letra, mas sem estar submersa nela. O tom é mais reflexivo e maduro. A voz mais grave, aveludada e controlada traz a preocupação com um melhor domínio técnico: respiração, controle dinâmico e sustentação de frases, com uso consciente de pausas e silêncios. A interpretação explora sensualidade contida e densidade emocional, não dor explícita.


A musicalidade aqui, no entanto, tem outra expressividade, com maior liberdade rítmica. O arranjo é mais aberto e sofisticado. Por ser uma performance ao vivo, o público faz parte da música, criando um clima de comunhão.


Sobe o som e vamos, juntos, curtir mais essa incrível disputa!


E lembre-se: você pode escolher a versão da qual mais gostou. Indique sua escolha nos comentários!





1 comentário


Sou suspeito aqui, porque embora eu goste muito de algumas músicas e performances da Marina, sou muito fã do Legião, por tudo o que construíram...a letra dessa música é emblemática!

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